Com quem está o seu SOL ?
Basta acompanhar um casamento desde o início e durante um tempo razoável. A moça bonita, cheia de planos, projetos e desejos, vai perdendo o viço, vai ficando feia, vai perdendo o brilho. Sem o Sol não existe vida.
As mulheres entregam, numa bandeja de prata, o que têm de mais precioso e chamam esse suicídio existencial de amor. Não espanta que um número enorme de mulheres se separe dos maridos movidas por um sentimento difuso de terem perdido a identidade.
E, cheias de ressentimento, acreditam que foi o parceiro que roubou o seu Sol.
Mas desse crime ele não pode ser acusado, no máximo, de cumplicidade.
O pior é que o crime foi premeditado, maquiavelicamente planejado desde aquele momento, sempre inesquecível, em que uma mulher percebe nas atitudes de um homem um esboço daquilo que ela queria ser algum dia na vida.
Se encanta e imediatamente embarca, de corpo e alma no projeto de "não ser".
Começa entregando o nome.
Com o nome, vai embora Mercúrio, o planeta da palavra.
O que transmite para os outros os desejos do Sol.
A partir daí, a porta está aberta.
Ela esquece a palavra "eu" e se orgulha enormemente de usar o "nós". "Nós adoramos (ou detestamos) almoçar na casa da mãe dele, adoramos (ou detestamos) passar o fim de semana na casa de praia, (com os amigos dele, é claro), adoramos (ou detestamos) filmes de ação, vinho tinto, ensopadinho de chuchu, etc.etc.etc....
Mas o problema dessas frases não está só no pronome.
Está no verbo também. "Adoramos", "detestamos", "queremos", "não queremos".... junto com Mercúrio foi embora Marte, o planeta do desejo. Quando a longa noite do casamento acaba e ela se vê sozinha, obrigada a amanhecer, não sabe mais quem é, sofre até aprender a conviver com o próprio nome, custa para mudar de pronome.
Não sabe mais do que gosta nem quem são , realmente, seu amigos.
Mas se o Sol no céu, brilha da mesma forma para todos porque as mulheres entregam a identidade com tanta facilidade?
Sem querer deixar de lado o imenso peso da cultura que durante séculos pesou nos ombros de todas as mulheres, não podemos esquecer que, se alguém perde alguma coisa voluntariamente é porque está ganhado outra em troca.
"Não ser" tem grandes vantagens.
A primeira é não crescer.
Não ter que enfrentar o mundão lá de fora.
Não ter que provar competência, não ter que ganhar o dinheiro para manter o padrão de vida que quer ter.
Mas a maior de todas é sem dúvida, não ter que decidir.
Não ter que assumir a responsabilidade pelas próprias decisões.
Junto com o Sol, vai embora Saturno, o deus da razão e da responsabilidade.
Essa história toda acabou me lembrando de uma frase de um amigo de adolescência dita num dia em que tentávamos desesperadamente resolver que vestibular iríamos enfrentar:
"ah, tudo que eu queria era ter a opção de casar..."
fonte: planeta eva
5 comentários:
Toooin!
Ai, ai.. agora já não posso mais pecar por não saber!
Heheheheh..
Uau!!!
Concordo plenamente.
:)
antes de conhecer este texto já sentí o peso desta realidade e a partir daí tomei as rédeas do meu destino. Já fiz muito mas o meu sistema planetário ainda está com algumas falhas que com certeza serão preenchidas.
Este texto desta astróloga é fantástico!!!!! Nos faz refletir sobre as "burradas" que muittas de nós mulheres cometemos.
Não acho que devemos fazer tudo por AMOR. A primeira delas começa pela RENÚNCIA, principalmente da PERSONALIDADE. Isto é o primeiro PECADO, que se possa cometer. A mudança da personalidade! É a retirada do brilho da vida, do jeito de ser, que cada um tem, e é único. Não quero que saibam que é papo de feminista radical.
Mas o UNICO dono da própria vida é vc mesmo!!!!!!!
Abraço
Aqui... eu dei meu sistema solar todinho... agora tô pegando ele de volta!!!
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