sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

TPM

Significa Tensão Pé Menstrual.

Mas eu já algumas outras siglas que se encaixam como uma luva:

Terror Pré Menstrual

Terror Por causa da Mulher

Terror Por causa da Mãe

Tente Parar de Menstruar

Seja lá como for nós mulher temos obrigação de saber mais sobre esta síndrome e os homens deveriam se informar também, afinal, estamos em todos os locais, ambientes de trabalho em geral, escritórios, bancos, hospitais, quartéis.

E como que tem a informação tem o poder.... Informe-se rapazes.

Boa leitura!

Paz e Bem!

Vanêssa

Alívio da TPM traz felicidade

(Gikovate)

É chegada a hora de colocar a síndrome mais temida pelas mulheres – e pelos homens - no divã. Segundo a literatura médica e científica, existe mais de 150 sintomas físicos e emocionais diferentes relacionados com o período que anuncia a chegada da menstruação da mulher. A tão falada tensão pré-menstrual ou TPM é freqüentemente associada com problemas de humor, ansiedade, depressão, irritabilidade e nervosismo, mas a análise desses sintomas emocionais merece uma reflexão abrangente e aprofundada.

Durante os mais de 40 anos da minha carreira em que pude atender mais de cinco mil mulheres com idades e perfis dos mais variados, foi possível perceber que o grau de maturidade pode influenciar – direta ou indiretamente – a resposta das mulheres a TPM que se manifesta de formas e intensidades diferentes. Para exemplificar, as mulheres com perfil mais imaturo e egoísta tendem a ter reações de natureza agressiva e se sentem mais facilmente irritadas e impacientes.

Elas costumam reagir com muita revolta quando contrariadas e isso acontece desde a adolescência, quando se mostram inconformadas com a condição feminina de sentir cólica ou outras dores, além do aparecimento de espinhas no rosto. Por isso, a tendência é que elas tenham crises de TPM mais freqüentes e intensas pois são menos tolerantes aos desconfortos causados pelas mudanças hormonais. Já as mulheres com perfil mais maduro e que são geralmente fáceis de lidar apresentam normalmente outros sintomas. Elas sofrem mais com depressão, angústia, desânimo e retraimento social.

Outro aspecto é que, em ambos os casos, a intensidade da TPM está relacionada à interferência das variações hormonais no funcionamento da serotonina, neurotransmissor cerebral responsável pelas sensações de prazer. Os baixos níveis dessa substância estão associados à depressão, ansiedade, tensão e ao aumento do consumo de carboidratos, especialmente o chocolate. Esses casos são comuns após os 30 anos de idade, justamente na fase da vida em que a mulher passa a ter ainda mais responsabilidades, acumulando as tarefas de casa e do trabalho. É quando ela precisa aprender a desempenhar, ao mesmo diferente, os diferentes papéis de mulher, profissional, mãe e tantos outros.

Para aliviar esses sintomas da TPM existem alternativas como meditação, massagens, acupuntura, prática de exercícios físicos e a mudança na alimentação, além do uso de medicamentos modernos como o anticoncepcional de baixa dose. Mas o que pouca gente sabe é que a manifestação mais intensa da TPM é conhecida e estudada pela medicina como Síndrome Disfórica Pré-Menstrual (SDPM). O termo “disforia” significa tristeza ou infelicidade e se refere ao mal-estar físico acompanhado por sentimentos depressivos, irritabilidade e pessimismo.

Estudos revelam que a média de duração dos sintomas da TPM severa é de 5-6 dias ao mês, o que corresponde ao total de oito anos – ou 20% do tempo - durante toda a vida reprodutiva da mulher. Os estudos também mostram que, em pelo menos 10% das mulheres adultas, a TPM é uma das principais causas de sintomas depressivos e comportamentos anti-sociais, o que representa uma fonte de sofrimento para milhares de pessoas (não só a mulher, mas também o parceiro, os colegas de trabalho e os familiares que convivem com ela).

E podemos ir mais além. Muitas vezes, o mal-estar ocasionado pelas mudanças hormonais femininas gera angústia e conflitos que podem, inclusive, interferir no processo de evolução na direção da maturidade e equilíbrio pessoal. Ela se pergunta: quem sou eu? Eu sou essa pessoa da TPM ou aquela do resto do mês? Essa dificuldade de formar juízo sobre si mesma acontece porque os sintomas da TPM somam-se a outros conflitos internos de natureza social ou emocional.
Sem dúvida, a TPM diminui o tempo de ser feliz pois, uma vez que a mulher não se sente bem com ela mesma, transforma esse tempo em períodos de implicância, irritação e problemas em suas relações interpessoais mais íntimas.

Por tudo isso, é cada vez mais importante que o tema seja tratado de maneira séria e responsável, afinal, a mulher sem TPM é mais feliz!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Como eu havia prometido.....


Conforme eu havia prometido, estarei a partir de hoje postando os textos maravilhosos deste cara simplesmente incrível :Flávio Gikovate, pioneiro da terapia sexual no Brasil e estudioso do amor, exorta mulheres e homens ao erotismo livre de falsas expectativas.
Quem é ele ?
Flávio Gikovate é médico formado pela USP no ano de 1966.
Desde 1967 trabalha como psicoterapeuta, tendo atendido mais de 8000 pacientes. Se dedica principalmente às técnicas breves de psicoterapia.
Em 1970 foi Assistente Clínico no "Institute of Psychiatry" da Universidade de Londres.
É autor de 25 livros sobre os aspectos principais dos conflitos íntimos das pessoas normais, especialmente os relacionados com a vida afetiva e sexual. Seus livros — alguns editados também em língua espanhola — já venderam mais de 600.000 exemplares ao longo dos últimos 30 anos.
Colaborador de várias revistas e jornais de grande circulação. Em particular, assinou uma coluna semanal sobre comportamento no jornal Folha de São Paulo, entre 1980 e 1984 e entre 1987 e 1999 uma página mensal na Revista "Claudia".
Participou como convidado de praticamente todos os programas da televisão brasileira. Entre 1991 e 1993, coordenou programas diários na Rede Bandeirantes de Televisão: numa primeira fase, o Canal Livre, ao qual se seguiu, Falando de Verdade.
Conferencista muito solicitado para as atividades dirigidas ao público em geral, bem como para os quadros gerenciais em empresas, para profissionais de psicologia e de várias especialidades médicas.



A mulher sexualmente livre; a de verdade


Tenho insistido no fato de que a indústria pornográfica tem nos imposto um modelo de mulher que está fundado no fingimento. Têm um comportamento sexual que, mesmo falso, seria o dos sonhos dos homens: aceitam todo o tipo de prática, têm uma postura geral de submissão (ajoelham-se para fazer sexo oral neles), dão demonstrações ruidosas de prazer, especialmente quando são penetradas. Isso tanto na penetração vaginal como anal. Dizem várias vezes que estão gozando, de modo que estariam tendo orgasmos fáceis em qualquer destas circunstâncias. A submissão chega ao extremo quando elas oferecem a face para que os homens ejaculem.
Não dão sinais de estarem tendo prazer tão intenso quando são os homens que fazem sexo oral nelas. Isso parece ser apenas uma das preliminares, e que acontece sempre de forma um tanto rápida (exceção talvez ao sexo oral que elas fazem neles, mais demorado e cheio de sofisticações). É tudo muito diferente da vida real, onde homens e mulheres gostam muito dos prolongados beijos na boca, nas carícias manuais por sobre a roupa, da descoberta delicada e pausada das partes dos corpos que vão se mostrando aos poucos. Tudo sempre intercalado com beijos na boca e também em outras partes da cabeça e pescoço.
A realidade é que a grande maioria das mulheres se excita mais facilmente por meio da estimulação do clitóris do que da penetração vaginal ou anal. Os beijos mais ardentes são parte essencial do processo de entrar no clima erótico. São o sinal de que se pode ir adiante. É o modo como o tom romântico caminha para o erótico, completamente diferente. Sim, porque o erótico é mais grosseiro, mais rude, mais “mamífero” e um pouco mais vulgar. Isso é verdade também na realidade e é assim que tem que ser porque a atmosfera romântica encaminha mais na direção da ternura do que do tesão.
A descrição que faço certamente está prejudicada pelos meus olhos masculinos e pelos erros que cometo na empreitada de tentar penetrar na forma como sente uma outra pessoa – e tão diferente, ao menos neste aspecto, como é a mulher do homem. Mas a impressão que tenho é a de que as mulheres de verdade e que são verdadeiramente livres do ponto de vista sexual vão, aos poucos, se entregando à excitação que toma conta delas à medida em que são tocadas. As mulheres são muito sensíveis aos estímulos tácteis, de modo que aquelas que não têm medo e nem freios de outra ordem (ligados, como regra, ao desejo de controlar a relação) vão entrando num clima de entrega, de se deixarem perder naquele amontoado de sensações. Vão se abrindo. Isso pode ou não vir acompanhado de manifestações ruidosas, sendo fato que um volume maior de ruídos não indica obrigatoriamente maior intensidade de sensações.
As mulheres são particularmente sensíveis à estimulação clitoridiana justamente porque lá se encontram terminações nervosas em grande concentração, o que provoca a máxima intensidade da excitação determinada pelos estímulos tácteis. O mesmo não acontece durante a penetração vaginal, órgão essencialmente reprodutor e pobre em terminações nervosas (se a vagina fosse muito inervada, as dores do parto seriam insuportáveis, já que nesta ocasião terá que passar um feto cujo diâmetro da cabeça é de cerca de 15cm). É claro que existem estímulos eróticos que derivam de aspectos simbólicos e não apenas da estimulação nervosa. Assim, uma mulher pode gostar de se sentir penetrada – possuída, como se dizia antigamente – pelo homem que ela gosta.
Este é o momento para reafirmar que todo este processo de se descontrair e de se descontrolar, de se entregar de corpo e alma à estimulação sexual, costuma acontecer apenas quando a mulher está transando com um parceiro que seja pessoa amada; ou então, amiga e conhecida o suficiente para que possa se estabelecer um clima de confiança e segurança a ponto dela se soltar da forma que descrevi. Assim, ainda que o amor não participe intensamente da hora da transa, o fato do parceiro sexual ser o objeto do amor e da confiança aumenta muito as chances de uma mulher conseguir a proeza de se deixar levar por sua excitação sexual.
Acredito que algumas mulheres aprendam a lidar com sua sexualidade de uma forma tão serena e segura que consigam se deixar “embriagar” pela excitação erótica mesmo com um parceiro que mal conhecem. Porém, são poucas. Aliás, são poucas as mulheres que querem efetivamente aprender a serem assim: tão donas de si e de sua sensualidade. A maioria prefere mesmo o relacionamento com parceiro sentimental. Isso tem a ver também com o que acontece no final, quando homens e mulheres saem deste estado de êxtase solitário (sim, porque a intensidade erótica muito intensa nos faz presos a nós mesmos e sem condição de olhar muito para o parceiro) e sentem muito prazer em encontrar a seu lado aquele a quem amam. É bom registrar com ênfase que o vazio relacionado com o fim da relação sexual talvez seja até maior no homem que na mulher. Ou seja, os rapazes que evitam o sexo sem compromisso estão mesmo é pensando no buraco no estômago que irão sentir no final.
Enfim, o que quero passar é que a mulher sexualmente livre “viaja” corajosamente em suas sensações de excitação, experimenta ou não orgasmos (o que não é tão importante quanto se pensa) e depois gosta mesmo é de “aterrisar” no ombro do companheiro querido.

(Paulo Gikovate)